sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Que diacho! Eu gostava do meu cusco



Alcy Cheuiche
gentileza de Daniel Cassol

Entendo. Envelheci entendendo.
Bicho não tem alma, eu sei bem,
mas será que vivente tem?

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Era uma guaipeca amarelo,
baixinho, de perna torta,
que me seguiu num domingo,
de volta de umas carreira.

Eu andava meio abichornado,
bebendo mais que o costume,
essas coisa de rabicho, de ciúme,
vocês me entendem, ele entendeu.

Passei o dia bebendo
e ele ali no costado
me olhando de atravessado,
esperando por comida.

Nesse tempo era magrinho
que aparecia as costela.
Depois pegou mais estado
mas nunca foi de engordá.

Quando veio meu guisado,
dei quase tudo prá ele.
Um pouco, por pena dele,
e outro, que nesse dia,
só bebida eu engolia
por causa dos pensamento.

Já pela entrada do sol,
ainda pensando na moça
e nas miséria da vida,
toquei de volta prás casa
e vi que o cusco magrinho
vinha troteando pertinho,
com um jeito encabulado.

Volta prá casa, guaipeca!
Ralhei e ralhei com ele.
Parava um puco, fugia,
farejava qualquer coisa,
depois voltava prá mim.
O capataz não gostou,
na estância só tinha galgo,
mas o guaipeca ficou.

Botei o nome de sorro,
as crianças, de brinquinho,
mas o nome que pegou
foi de guaipeca amarelo.

Mas nome não é o que importa.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Ficou seis anos na estância.
Lidava com gado e ovelha
sempre atento e voluntário.
Se um boi ganhava no mato,
o guaipeca só voltava
depois de tirá prá fora.

E nunca mordeu ninguém!
Nem as índia da cozinha
que inticava com ele.
Nem ovelha, nem galinha,
nem quero-quero, avestruz.
Com lagarto, era o primeiro
e mesmo piquininho
corria mais do que um pardo.

E tudo ia tão bem...
Até que um dia azarado
o patrãozinho noivou
e trouxe a noiva prá estância.

Era no mês de janeiro,
os patrão tava na praia,
e veio um mundo de gente,
tudo em roupa diferente,
até colar, home usava,
e as moça meio pelada,
sem sê na hora do banho,
imagino lá no arroio,
o retoço da moçada.

Mas bueno, sou doutro tempo,
das trança e saia rodada,
até aí não tem nada,
que a gente respeita os branco,
olha e finge que não vê.
O pior foi o meu cusco,
que não entendeu, por bicho,
a distância que separa
um guaipeca de peão
da cachorrinha mimosa
da noiva do meu patrão.

Era quase de brinquedo
a cachorrinha da moça.
Baixinha, reboladera,
pêlo comprido e tratado,
andava só na coleira
e tinha medo de tudo,
por qualquer coisa acoava.

Meu cusco perdeu o entono
quando viu a cachorrinha.
E les juro que a bichinha
também gostou do meu baio.
Mas namoro, só de longe
que a cusca era mais cuidada
que touro de exposição.

Mas numa noite de lua,
foi mais forte a natureza.
A cadela tava alçada
e o guaipeca atrás dela
entrou por uma janela
e foi uma gritaria
quando encontraram os dois.

Achei graça na aventura,
até que chegou o mocito,
o filho do meu patrão,
e disse prá o Vitalício
que tinha fama de ruim:
Benefecia o guaipeca
prá que respeite as família!
Parecia até uma filha
que o cusco tinha abusado.

Perdão, le disse, o coitado
não entende dessas coisa.
Deixe qu'eu leve prá o posto
do fundo, com meu cumpadre,
depois que passá o verão.
Capa o cusco, Vitalício!
E tu, pega os teus pertence
e vai buscá teu cavalo.

Me deu uma raiva por dentro
de sê assim despachado
por um piazito mijado
e ainda usando colar.
Mas prometi aqui prá dentro:
mesmo filho do patrão,
no meu cusco ninguém toca.
Pego ele, vou m'embora
e acabou-se a função.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Campiei ele no galpão,
nos brete, pelas mangueira
e nada do desgraçado.
No fim, já meio cansado,
peguei o ruano velho
e fui buscá o meu cavalo.

Com o tordilho por diante,
vinha pensando na vida.
Posso entrá numa comparsa,
mesmo no fim das esquila.
Depois ajeito os apero
e busco colocação,
nem que seja de caseiro,
se nã me ajustam de peão.
E levo o cusco comigo
pois foi o único amigo
que nunca negou a mão.

Nisso, ouvi a gritaria
e os ganido do meu cusco
que era um grito de susto,
de medo, um grito de horror.
Toquei a espora no ruano
mas era tarde demais.
Tinham feito a judiaria
e o pobrezinho sangrava,
sangrava de fazê poça
e já chorava fraquinho.

Peguei o cusco no colo
e apertei o coração.
O sangue tava fugindo,
não tinha mais esperança.
O cusco foi se finando
e os meus olho chorando,
chorando como criança.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?
Nessa hora desgraçada
o tal mocito voltou
prá sabê pelo serviço.
Botei o cusco no chão,
passei a mão no facão
e dei uns grito com ele,
com ele e com o Vitalício!

Ele puxô do revólver
mas tava perto demais.
Antes que a bala saísse,
cortei ele prá matá.
Foi assim, bem direitinho.
Não tô aqui prá menti.
É verdade qu'eu fugi
mas depois me apresentei.
Me julgaram e condenaram
mas o pior que assassino,
foi dizerem que o motivo
era pouco prá o que fiz...

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.
Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

http://www.paginadogaucho.com.br/poes/cusco.htm







http://www.myhappyday.com.br/home/2012/6/26/espelhos.html

                             Até a próxima...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Delicias Gauchas....




Cuca caseira 

Ingredientes Massa:
1 kg. de farinha de trigo, 
3 ovos,  
2 colheres de chá de fermento Fleischmann,
2 xic. de açúcar ou agosto, 
1 xíc. de leite,
2 colheres de sopa de banha,
1 pt de sal.

Ingredientes Cobertura:
3 colheres de sopa de manteiga,
1 colher de sopa de banha,
1/2 xic. de açúcar cristal,
1/2 xic. de farinha de trigo,
canela em pó

 Modo de preparo da massa:
1. Coloque o fermento a fermentar: 2 colheres de chá de fermento, 1 colher de sopa de açúcar e 1/2 copo de água morna.
2. Depois de bem levedado, junte aos outros ingredientes até obter uma massa de bolo não muito mole.
3. Deixe descansar para levedar a massa.
4. Coloque em assadeira untada com gordura, deixe crescer novamente.
5. Coloque a cobertura, leve ao forno bem quente.

Modo de preparo da cobertura:
Junte a manteiga, banha, açúcar, farinha, canela em pó, até formar uma farofa, cubra a cuca.
Obs: querendo enriquecer a cuca, coloque passas de uva na massa, e frutas em calda, como cobertura.

Cuca de Banana Gaúcha

Ingredientes:
Massa:
1 colher de fermento em pó
3 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
1 xícara de leite
½ copo de óleo
4 ovos

Farofa:
1 e ½ colher de canela em pó
2 e ½ colheres de margarina
2 xícaras de farinha
7 bananas

Modo de Preparo:
Massa:
Bater as claras em neve e vai colocando as gemas, uma a uma, acrescentar os outros ingredientes e bater na batedeira sem parar, até colocar toda a farinha. Por último, acrescentar o fermento.

Farofa:
Misturar a farinha de trigo, o açúcar, a margarina e a canela em pó e amassar com as mãos.
Cortar as bananas em rodelas. Untar e esfarinhar a forma. Colocar a massa, por cima as bananas e por último, a farofa. Deixar assar por aproximadamente 1 hora ou até dourar bem.

https://sites.google.com/site/orgulhodesergaucho2009/comidas-tipicas












http://www.myhappyday.com.br/home/2012/5/28/detalhes-de-decoraco-para-cozinhas.html
                               Até a próxima...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Prato tipico gaúcho


Vaca Atolada
Ingredientes:2 quilos de costela gaúcha2 colheres (sopa) de cheiro verde
1 colher (sopa) de colorau
1 pitada de pimenta do reino
½ litro de vinho branco seco
1 dente de alho amassado
2 tablete de caldo de carne
1 quilo de mandioca
1 pitada de sal
1 litro e ½ de água
100 ml de azeite
1 cebola picadinha
Modo de Preparo:Colocar o azeite e a cebola em uma panela de pressão e deixar dourar. Em seguida, colocar o alho e a costela e frite-as até dar uma dourada. Colocar o caldo de carne dissolvido na água a pimenta e o sal e cozinhar por 30 minutos. Em seguida, colocar a mandioca e o vinho e cozinhar por mais 20 minutos. Abra a panela e colocar o cheiro verde.

Decoração e culinária

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Comidas Gauchas

Essa era a especialidade minha mãe, uma dos pratos mais gostosos com sabor de saudade. Sempre aos domingo tínhamos um  almoço especial. Minha mãe, as vezes, convidava o padre para o almoço, era um tormento para meu pai, ele não podia beber um vinhosinho  e ainda tinha que rezar. Pra nós que eramos criança essa era a maior diversão, rir do pai rezando. Nós eramos tão primitivos. rsrsr coisas de criança.

Matambre recheado
Ingredientes:

1 matambre com cerca de 1 e ½ quilos

1 colher (sobremesa) de pimenta-do-reino

4 dentes de alho amassados com sal

1 colher de (sopa) de grãos de coentro
1 colher de (chá) de cravo em pó
1 garrafa de vinho branco suave
200 gramas de queijo parmesão ralado
1 xícara (chá) cheia de farinha de rosca
2 colheres de (sopa) de sal
1 maço de salsa
4 ovos

Modo de Preparar:
Temperar o matambre com sal, pimenta, alho, coentro, cravo e vinho. Deixar tomar gosto por 6 horas. Bater as claras em neve, acrescentar as gemas, a salsa, o queijo, a farinha de rosca e misturar bem. Abra a carne com a parte interna para cima e espalhar o recheio. Enrolar como um rocambole, tendo o cuidado de não apertar muito. Costure e amarre. Envolver o matambre num pano de algodão, amarrando as pontas. Colocar na panela de pressão com os temperos da marinada, cobrir com água e levar ao fogo alto até ferver. Abaixar o fogo e deixar cozinhar por 1 hora ou até ficar macio. Deixar a panela esfriar um pouco e retirar a carne, mantendo amarrada até esfriar totalmente. Servir cortado em fatias finas.





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sabor da Infância


Esse é dos prazeres que sinto falta, a comida feita pelos meus pais. A maioria das famílias que moram pra fora tinha animais para sua própria alimentação. O porco nos proporciona muitas delicia uma delas é o torresmo, uma delicia para aperitiva ao entardecer. 


Torresmo
Ingredientes:

1 quilo de toucinho
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (sopa) álcool
sal

Modo de Preparo:
Lavar 1 quilo de toucinho (a parte mais gorda), secar com toalha de papel, cortar em cubos e temperar com sal, 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio e 1 colher (sopa) de álcool. Numa panela, cozinhar o toucinho em água fervente (160 ml), mexendo de vez em quando, por 20 minutos, ou até a água secar e o toucinho amarelar. Transferir o toucinho para uma peneira e deixar escorrer. No momento de usá-lo, aquecer o óleo numa panela e fritar o toucinho, mexendo de vez em quando, por 35 minutos, ou até ficar pururuca. Retirar com uma escumadeira, deixar escorrer sobre uma peneira para eliminar o excesso de gordura.




Almofadas um encanto, que nos dá beleza e nos acomoda para aquele soninho ao meio dia.










http://www.myhappyday.com.br/home/2012/4/2/almofadas-deliciosas.html
                          Até a próxima...